terça-feira, 16 de agosto de 2011

As inscrições do GTSA seguem a muito bom ritmo,

As inscrições do GTSA seguem a muito bom ritmo, neste momento com 141 inscritos para as duas provas, ao contrário do que inicialmente previ é hora de começar a pensar em criar um número limite porque esta prova tem muitos single tracks e nunca poderá ser uma prova de massas tal como foi planeada.
 Estou de partida para os Alpes para mais uma grande aventura (UTMB), peço desculpa por não actualizar a lista de inscritos e responder a todos os emails mas prometo dar resposta logo na primeira semana de Setembro, obrigados pela vossa confiança e quem estiver a pensar se inscrever não deixem para a última pf.
Comprimentos
Carlos Sá

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dormida no Mosteiro S. João D' Arga

Quem pretender dormida em solo duro poderá fazer-lo no fantástico Mosteiro de S. João D'Arga, para tal terão que trazer saco cama, lanterna e esteira, o Mosteiro é um local idílico que tem vários quartos totalmente vazios sem qualquer mobília mas muito agradáveis. 



Atingida meia etapa deste nosso percurso, surge como de um romance de Humberto Eco – o Convento de S. João D’Arga. A data da fundação deste mosteiro ainda é incerta, contudo o padre Carvalho da Costa afirma que eremitério foi mandado construir por S. Frutuoso, bispo de Braga, no reinado de Sisebuto, tendo finalizado no ano de 661, pois esta data encontrou-se escrita numa padieira da igreja. A primeira referência histórica a este mosteiro, surge-nos nas Inquirições de 1258, em que se diz que "el Rey nom e padrom". No entanto, nas igrejas do Padroado Real (Inquirição de D. Dinis, em 1282), diz-se o contrário: "Monasterium de Sancto Johanne d’Arga, est regis", ou seja, o Mosteiro de S.João D’Arga é pertença do Rei. O mosteiro de S. João D’Arga, surge-nos entre as igrejas do bispado de Tui, em território português, onde D. Dinis ordenou o pagamento de uma taxa, tendo sida atribuída uma taxa de 100 libras a este mosteiro, quantidade bastante elevada se a compararmos com outras igrejas, actualmente muito mais importantes.
Apesar de em 1364, ainda tivesse monges, começou a decair, até que no reinado de D. Manuel II, quando foi concedido à Ordem de Cristo, com o rendimento de 37 ducados, em 1515, já se encontrava totalmente abandonado. No Censual de D. Fr.Baltasar Limpo o mosteiro é mencionado, declarando que outrora era do Rei e agora estava na posse do marquês de Vila Real.
Não se sabe ao certo quando o mosteiro deixou de existir como tal, passando a reitoria, cuja sede se fixou em Felgueiras, actualmente um lugar da freguesia de Arga de S. João, por motivo de que a igreja do mosteiro se encontrava descentrada da povoação. Os Inquéritos Paroquiais de 1758 separam a freguesia do mosteiro. 
Sobre a devoção de S. João D’Arga, conhecemos dois casos concretos: o de um proprietário que vendo o interesse de dois jornaleiros pele ida à romaria anual  (28 e 29 de Agosto) teve como resposta - « Imos pedir melhoras para os males do reumatismo ». « Ora, ora – retorquiu o patrão – se curasse o meu mandava lá uma libra todos os anos ». No ano seguinte foi à romaria cumprir a promessa dado que o mal se debelara. Fê-lo até 1966, ano em que faleceu. O outro: declarou-nos o então regente da banda de música de Ponte de Lima, sr. Gualdino Pinheiro, que
sofrendo de um mal no aparelho digestivo e implorando a protecção de S. João, sentiu melhoras – logo ao transpor o adro. Diz a tradição que quem se colocar a meio do pórtico do templo voltado para o «Alto da Coroa» - o topo do morro – aparece uma cabeça de cavalo, e que perto estará uma peça de ouro. Na festa de S. João D’Arga é usual o «sarapatel», especialidade culinária à base de miúdos, tripas e bucho de cabrito. São tantos os apreciadores que fica encomendado de um ano para o outro. Os romeiros cobriam grande distância a pé – sete montanhas – e levavam um quarto de sal à cabeça. Aqui, a devoção é enorme. O lado profano tem o seu momento : vale a pene viver a inconfundível noite de 28 para 29 de Agosto.